sexta-feira, 25 de abril de 2008

Tudoaomesmotempoagora.

Anos atrás fiz uma seleção pra emprego cuja dinâmica era a prioridade no caos. Foi dada uma situação hipotética em que tudo acontecia de ruim ao mesmo tempo no supermercado do qual eu (Deus me livre!) era gerente. Diante de tanta agonia, o que era mais importante? Naquela época, tirei de letra e fui promovida ao cargo aspirado por muitos dos meus colegas.

Hoje vivo isso na realidade. Tudo acontece ao mesmo tempo. Tudo é importante, mas nem tudo é prioridade. Minhas resoluções pessoais acontecem simultaneamente a outros acontecimentos importantes na minha vida e na daqueles que amo muito: a espera de um emprego, a ansiedade de resolver logo a vida, a chegada da cirurgia de João Pedro, a vontade de ter uma relação normal, de manter firme minha postura, a necessidade de ajudar amigos e os nem tão amigos assim, etc, etc e etc...

O que priorizar? O que pode passar na frente de tudo isso? Estou sendo egoísta em viver só meus problemas e deixar as sobras de tempo pros outros? E na minha auto-análise (habitual rs!) encontro dois caminhos.

Sim. É egoísmo pensar só em você mesmo quando por uma grande parte do tempo você se colocou em terceiro lugar. Sei que existem pessoas e situações em minha presença ou palavra é necessária. Ana Pê me lembrou outro dia de que "somos eternamente responsáveis pelo que cativamos". Se eu sempre me fiz presente, vão esperar sempre isso de mim porque é a postura que eu assumi, a bandeira que levantei.

Não. Ainda parafraseando a mulher morena (rs!), o meu egoísmo é necessário. Não é daqueles de maldade. Preciso focar menos no outro porque a vida tem cobrado mais de mim: mais firmeza, mais decisão, mais iniciativa e, principalmente, mais atitude. Preciso dizer a que vim, o que realmente gosto, o que detesto e o que me faz feliz. E pra chegar nessa conclusão, preciso vivenciar coisas, saborear emoções pra descobrir meu paladar que, por ora, é mais ácido e analítico.

Não tenho aceitado fácil as coisas que chegam pra mim. Não tenho engolido meias histórias, meias verdades. Quero tudo por inteiro. Amigos. Namorado. Família. Felicidade. Quero participar ativamente das relações, quero existir dos dois lados. Quero ser amiga e saber que tenho amigos, quero ser namorada de quem pode e quer me namorar, quero ser filha e ter colo e carinho de mãe. Chega de doação!! Meu egoísmo necessário pede retorno. Minha carência pede demonstrações do lado de lá.



Me dá licença que eu quero passar.
"A gente não quer só dinheiro. A gente quer dinheiro e felicidade. A gente não quer só dinheiro. A gente quer inteiro e não pela metade..."
Titãs - Comida

3 comentários:

Anônimo disse...

Tudo na vida tem o preço.Fazemos amizades,construimos lares e familia e todo ser humano quer seu retorno desde qaundo faça por onde.Um grande exemplo de amizade é a minha,muitas vezes sou esquecido e preciso sempre lembrar que existo.Aprendir tantas coisas com a vida nos últimos 10 anos e parece ás vezes que continuo sendo o mesmo.Hj procuro menos,estou recuado,procuro viver quieto no meu estreito...
Afinal procuro pessoas sérias pra serem amigos,namorada e familia.
Beijo Mari concordo com Você e com sua postura,temos que fazer nossas vidas e estamos chegando ao 30 anos,é agora ou nunca!

Força sempre!
Fabinho

Ana Libório disse...

Amiga linda e necessariamente egoísta,

Sei bem como é isso que vc está sentindo...muito bem, por sinal!!Acho super válida essa sua nova postura, acho que até mesmo o egoísmo é qualidade se não for em excesso.
Vc vai sair mais amadurecida e com auto-estima mais elevada por conseguir fazer e dizer coisas que antes pareciam impossíveis!!!
Quanto à saudade...bom, eu tb já estou imaginando como será...na verdade, tô com um pé lá e outro cá. Sei o tamanho da falta que vc sentir de vc, das nossas conversas, do nosso "nada pra fazer" juntas...vixe!!lágrimas...melhor parar!!
Tatu, eu tb amo tu!Pra caramba!!!!!

Anônimo disse...

tenho a impressão que Mari está vivendo momentos de uma uma mulher balzaquiana, antes mesmo dos trinta. Já que falamos de TPM anos 30, vou lhe passar um conselho, Mari, siga sua mudança de temperamento e se permita um momento de reclusão sem dor.